quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Esse é o segredo!




"Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão:
Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas.
Encheis a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vos estar sozinho,
Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.
Dai vossos corações, mas não confieis a guarda um do outro.
Pois somente a mão da vida pode conter nossos corações.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia;
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro."

(Gibran Khalil Gibran)



Lifehouse - You and I

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Continuação da história do Pedro!

Olá pessoal!!!

Vocês estão lembrados do Pedro, participante da promoção do blog? (para quem quiser saber sobre a história dele, clique aqui.)

Bom, quem se lembrou dele, lembrou que ele namora uma dependente química e que a família dela queria mandá-la para a Europa como forma de resolver o problema da dependência. Pois é, ele hoje me mandou um e-mail, contando os últimos acontecimentos.

A família decidiu interná-la, ela está em uma clínica no interior de São Paulo, foi internada na sexta-feira, ficará lá por no mínimo 60 dias.

" Eu fico triste pela a faculdade, o pai dela disse que vai trancar porque ela já estava indo mal nos estudos e agora ficando tanto tempo afastada, não terá chances de fechar o semestre bem mesmo"


Ele contou que há cerca de três semanas para cá, a situação foi se complicando e ela foi perdendo o controle de vez, houve uma festa da faculdade, ele sabia que a galera que ia nessa festa era a turma com quem ela estava andando ultimamente e consequentemente, consumindo drogas, ele disse à ela que não iria com ela e ela foi mesmo assim, foi em um sábado, a festa começou na hora do almoço e por volta das 19:00 horas, ele resolveu ir até a chácara, porque ela não estava atendendo o celular.

" Eu nunca imaginei que um dia iria vê-la daquela forma, não saberei descrever aqui, mas acho que você imagina né Giulli? Foi horrível, ela estava sentada ao lado da piscina com mais uma "amiga", as duas visivelmente chapadas, ela ainda relutou em ir embora comigo, eu fiquei com medo de levá-la para a casa dela e os pais dela a verem naquele estado, para a minha casa eu também não podia levar, minha família não merecia ver isso e ela também não merecia que a minha mãe a visse daquela forma, decidi ir para um hotel com ela, esperei algum tempo, até que o efeito passasse um pouco, eu estava com medo de chegar na recepção do hotel e eles notarem alguma coisa, ela comeu um lanche e  bebeu refrigerante enquanto esperávamos no carro o efeito passar e depois seguimos para o hotel. (Nunca me imaginei fazendo tal coisa, eu me senti como sei lá, um criminoso, como se eu estivesse fazendo algo de errado, senti medo). Eu liguei para os pais dela, ela falou com eles, disse que íamos dormir na chácara em que ela havia ido, a mãe dela quis falar comigo para ter certeza de que eu estava com ela, e eu menti estar tudo bem."


Ele conta que nesse dia, mais a noite, quando ela já parecia estar melhor, eles conversaram e ela se desculpou, prometeu parar e que ela precisava dele para ela conseguir, que se naquele dia ele tivesse ido com ela para o churrasco, ela não teria usado e tudo estaria bem.

Gente, percebem a manipulação??? Infelizmente isso faz parte da adicção e Pedro, como te falei via e-mail, de uma certa forma, ela jogando a culpa em você por ela ter usado naquela noite, alivia a sensação ruim que ela possa ter sentido, mas, não se engane, porque nem culpa o dependente sente, agente se culpa quando sabe que fez algo errado, que não devia ter feito e para o dependente, ele não está fazendo nada de errado.

Depois desse dia, ela decidiu que iria ficar mais tempo com ela ( Olha a codependência aí, ele se sentiu culpado, assumiu para ele a culpa daquele episódio), ele juntou algumas coisas dele, conversou com os pais dela, disse que iria ficar lá por alguns dias, até ela estar bem, os pais estavam achando que ela estava parando de usar e concordaram que seria bom que o Pedro ficasse mais tempo com ela. (É, claro que seria bom, para a família que custa a aceitar a dependência do seu ente, sempre é bom ter outra pessoa como responsável pelo dependente)

E assim foi, ele passou essas últimas 3 semanas na casa dela, ia para a casa dele de vez em quando, mas, a maior parte do seu tempo foi dedicada à ela, deu um tempo na academia, parou de jogar seu futebol com os amigos e quando ela decidia que não ia assistir a uma determinada aula na faculdade, ele também não assistia
a aula dele, só para ficar com ela.

" Eu achava que estava conseguindo controlar o vício dela, porque estávamos sempre juntos, pensava que ela não teria como usar e com isso a vontade ia passar, até que terça-feira passada, estávamos no quarto dela, ela foi pegar da bolsa o celular que estava tocando e na pressa, deixou cair sobre o carpete um vidrinho transparente com um pó branco dentro. Ela não precisou dizer nada para mim, a sua fisionomia já disse tudo. Eu me senti traído, enganado e então entendi quando li em seu blog sobre as manipulações, ela me manipulou e enganou a mim e a família dela, foi pra mim a conta, eu chamei o pai dela, foram mais de duas horas de discussão, eu me senti péssimo, parecia que todos nós estávamos queimando-o na fogueira da Santa Inquisição, e então ela disse que queria se internar, eu não sei se ela disse aquilo só para colocar um ponto final naquela situação, mas, o pai dela levou a sério, disse que ou ela ia mesmo para uma clínica ou ia para a Europa e então na sexta-feira eles a levaram, eu me despedi dela de manhã, ela chorou muito, se desculpou, disse que me amava, mas que ia me amar muito mais depois que ficasse boa, ela disse que se eu não estivesse a vontade em ter uma namorada internada, que eu estava livre para seguir adiante. Eu a amei mais ainda naquele momento."


Bom, o Pedro está ainda se acostumando em não ter mais a namorado ao seu lado, o tempo todo, ele diz ainda no e-mail que passou o final de semana parecendo um cão perdido, pra lá e pra cá, sem saber o que fazer. É assim mesmo Pedro, a primeira vez que meu ex foi internado, eu me senti sem motivos para fazer nada, era como se a razão da minha vida tinha acabado, porque eu estava tão acostumada a viver por ele que não sabia mais viver por mim.

Ficarei esperando bos notícias sobre ela, enquanto isso, você precisa se cuidar, busque ajuda, isso é fundamental para a recuperação de ambos.

Tamo juntos Pedro, obrigada por enviar o e-mail dando continuação à sua história, espero em breve receber mais um, com um final feliz!

Lições para a vida toda!


Eu não acredito no acaso, acredito que tudo tem um motivo, que embora muitas vezes não entendemos esses motivos, eles existem e um dia com certeza os entenderemos.

Através da vivência, eu mudei e descobri que as pessoas ao meu redor também mudaram,e então a parte mais difícil foi a de deixá-las ir.

Aprendi que mentiras existem e então tornei a verdade como uma meta imperativa na minha vida.

Descobri que às vezes, as coisas dão errado, nem sempre saem como agente espera e então aprendi a dar valor quando elas dão certo.

Aprendi a selecionar o que quero para a minha vida, não me contento mais com um copo de vidro quebrado, se posso ter um copo de cristal.

Aprendi que amar também me faz chorar, que sentir saudades dói e que querer ser feliz é uma decisão diária.

Aprendi que viver pela metade é como não viver e que amar pela metade é a mesma coisa que não amar. Hoje, vivo e amo por inteiro, sem me preocupar com as consequências, eu vou, se tiver que voltar, eu volto.

Aprendi a diferença entre perdoar e desculpar, hoje, minha auto-estima me permite perfeitamente perdoar alguém, mesmo sem tirar desse alguém a culpa por ela ter me feito sofrer. Hoje eu perdoo, mas não tenho medo em não desculpar.

Aprendi que posso sofrer se quiser e ser feliz se deixar!




segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bora colocar em prática?



Então delete, tudo aquilo que não valeu a pena. Quem mentiu, quem enganou seu coração,

quem teve inveja, quem tentou destruir você, quem usou máscaras, quem te magoou, quem 

te usou e nunca chegou a saber quem realmente você é.

(Caio Fernando Abreu)



Eu Descobri!


Eu descobri que ser forte não é esconder as lágrimas quando elas querem rolar.
Não é sorrir quando a vontade que se tem é de chorar,
é chorar quando se tem vontade, sem medos.
Descobri que a minha força não é medida pelas vezes que caí e levantei,
 mas sim pela forma como levantei.
Eu descobri que ser forte não é somente dizer que vai dar certo,
é acreditar que realmente vai dar certo.
Ser forte é dizer Eu te amo, mesmo sem saber se você vai ouvir
eu também te amo de volta,
Descobri que ser forte é assumir as minhas fraquezas, é expor meus medos,
é mostrar a minha sensibilidade, é me permitir ser amada.
Ser forte é amar, mas, amar a mim em primeiro lugar,
esse é o primeiro sinal de força,
Amar a si antes de mais nada!

( By Giulliana )


domingo, 28 de agosto de 2011

Conte a sua história - "L"

A história que vão ler abaixo é de uma leitora que após ler o meu livro, me procurou e começamos então a nos falar primeiramente por e-mail e depois via MSN.


Como sabemos, as histórias de quem ama um dependente químico acabam sendo parecidas, o sofrimento que essa doença traz, acaba sendo sempre o mesmo, são lágrimas nos olhos e dor no coração.


O formato da história de hoje, do Conte a Sua História, vai ser um pouco diferente, ao invés dela escrever, eu é que vou narrar tudo o que ela me escreveu por e-mail e MSN.


Vou chamá-la de "L", apenas pelo motivo que nem todos do seu círculo social conhecem a sua história. Vou começar narrando a história a partir dos primeiros e-mails que recebi dela, há cerca de um mês atrás, quero mostrar à vocês meus leitores algumas atitudes tomadas por alguém codependente, pois, essa moça teve várias delas, vocês vão perceber que ele foi melhorando com o passar dos dias e no final desse texto, verão que hoje ela sabe lidar com a codependência dela.



Ela namora uma rapaz que é dependente químico, faz uso de cocaína, quando começamos a conversar, eu pensei que ele estava no começo de sua adicção e que ainda não tinha tido consequencias maiores pelo seu vício, mas, após trocas de e-mails e conversas, descobri que na verdade, ele já vem deixando claro que a droga o está dominando e que a querida L vai precisar ser firme para não deixar que a codependência estrague a sua vida.


A história dela, na verdade começa antes de namorar esse rapaz.


L tem um filho com um ex-namorado que também foi dependente químico (eu achei isso surpreendente, ela saiu de um relacionamento conturbado devido à dependência e entra em outro onde o namorado também é dependente) será a codependência que nos faz seguir os mesmos padrões? Voltando para o ex, infelizmente, a dependência dele foi séria que ele ele chegou a ser internado com Esquizofrenia, L ficou um bom tempo com ele, mas, após um mês de nascimento do seu pequeno e amado filho, ela decidiu que precisava mudar, que aquela vida estava acabando com ela, ela não sabia, mas, ela já era uma codependente.


Um tempo se passou, ela foi supostamente se recuperando quando começou a namorar o seu namorado atual, um rapaz de família boa, que sempre fora carinhoso com ela, eles se conheceram no trabalho e como todo começo de namoro, tudo é perfeito até que os problemas começaram.


 "Eu não sabia como lidar com as sequelas que as drogas haviam deixado nele. Hoje sei que nada que eu fizesse poderia mudar o fim trágico que ele teve, mas não saber lidar com aquelas situações me fizeram muito mal e me causaram muita dor."


"Naquela época eu já era uma codependente, eu vivia por ele, só me sentia feliz se ele estava feliz e quando isso não acontecia eu ficava frustrada, sentia que o problema era comigo, que ele não me amava mais. Com esse pensamento minha auto estima  ia lá no chão, minha carência me fazia achar que eu não era boa o bastante pra ser amada por ele, mas eu cobrava isso dele e brigávamos muito.Eu só me me sentia bem ao lado dele e por isso largava tudo pra estar com ele."


Após esses anos de sofrimento, ela decidiu que era hora de terminar o relacionamento, as drogas haviam deixado sequelas no seu então namorado, o havia afetado de tal forma que desencadeou o começo de uma esquizofrenia. Eles tiveram um filho juntos, que foi a motivação dela para continuar a viver e a querer ser feliz.


E então, tempos depois ela começa um novo relacionamento, sua auto estima já havia voltado, ela havia retornado aos estudos e estava feliz novamente. Como todo começo de relacionamento, tudo parecia estar perfeito, até que ela começou a desconfiar de que ele estivesse usando drogas. A princípio, ele alegava que era "só maconha', porém, o tempo foi mostrando à ela que era muito mais do que isso, que era Cocaína.


Em seus e-mails, ela conta como é a vida dela desde a descoberta, ele já chegou a ser colocado para fora de casa pelo seu padrasto e foi ela quem o ajudou financeiramente, se afundando em dívidas por causa dele, ela conta um episódio que aconteceu recentemente, quando ela foi se encontrar com ele na casa dele e o encontrou com o nariz sujo de pó (ele nunca admitiu para ela que está sem controle em relação ás drogas) "Quando entrei na casa fiquei observando as ações dele e me dava ódio.Ele ficava procurando bicho dentro da roupa, tirava a camiseta e colocava de novo por varias vezes fazia isso.Entrava no banheiro e demorava horas pra sair, eu ia atrás e ele saia desconfiado.Fiquei tão arrasada que nem tive força de procurar se ainda tinha algum escondido pela casa.Se tinha eu não queria mais ver!"


Naquela noite, ela o questionou sobre a droga e a única resposta que ele deu foi " Já superei isso". Após esse episódio, na sequência, tiveram uma briga e por 2 dias ele não fez contato e então, ela resolveu ir procurá-lo "Era sábado e eu estava com muita saudades dele, não conseguia parar de pensar nele."


Chegando lá, ele a ignorou por um tempo, se fez de indiferente e ela chorou. (Codependência?). Após algumas horas nesse sofrimento, tiveram uma conversa, ele disse que a amava, que não saberia viver sem ela, houve a parte das desculpas e o dia terminou bem.


O segundo e-mail que ela me enviou foi o retorno de um e-mail meu, onde eu a aconselho e aponto alguns de seus atos destrutivos e facilitadores, ela diz: Eu sei que estou fazendo tudo errado e que preciso mudar logo pra não me acabar mais, só que não tenho forças.Parece até que tenho uma doença física que me impede de andar e me movimentar (rss) as vezes tenho que fazer força pra me levantar.Não consigo comer direito, mas durmo bem, porque me sinto sempre cansada. Vaidade eu não tenho mais."


Outro trecho do mesmo e-mail "E eu já estou esgotada, cansada, percebo que não adianta mais sofrer tanto, porque daqui pra frente a tendência é só piorar.Ele já não se desculpa mais, não disfarça, já não se importa se eu vou sofrer ou não.Antes eu via que ele sofria, que ele se esforçava, mas agora percebo que não, como se ele estivesse se acostumado com a situação.mas eu não!"


Mais uma vez, eu escrevei de volta para ela, dando a minha opinião diante de tudo o que ela havia me contado e então ela me mandou outro e-mail, percebam a diferença sutil entre eles: Refleti muito sobre tudo que vinhemos conversando desde que nos conhecemos, senti que posso mudar essa realidade horrorosa e obscura que tenho vivido até hoje, só depende de mim."


Nesse e-mail ela conta que ele havia ligado para ela, ela já sabia através da mãe dele que na noite anterior ele havia sumido para usar drogas, mas, ao receber o telefonema dele, ao contrário das outras vezes, ela agiu normalmente, com uma certa indiferença e isso o incomodou, ele ligou mais duas vezes naquele dia para ter certeza que estava tudo bem entre eles. 


No próximo e-mail ela conta que foi no salão, que foi se cuidar, que naquele sábado tiveram um programa de casal, saíram para jantar, mas, que porém, ele mentiu para ela no dia seguinte quanto ao horário que ele chegou em casa. Ela fala no e-mail sobre as MENTIRAS, que estão ficando cada vez maior. ( Na verdade é que ela está começando a perceber a dependência dele).


No final de semana seguinte, mais uma vez ela se chateou, ele ficou de ir na casa dela e não foi, só que dessa vez ela não ficou em casa chorando, ela decidiu sair com suas amigas. "Foi bom, eu ri bastante, conversei, já fazia tanto tempo que eu não sentia isso.Por uns momentos eu até esqueci dele e de tudo que me magoava.Eu senti a vida e vi que ainda era bom viver, rir com as minhas amigas e senti vontade que aquele dia não acabasse nunca."


Nesse dia em que ela saiu, ele ligou para a casa dela e a mãe dela disse que ela havia saído, ela chegou a se sentir culpada por ter saído! No dia seguinte, ela soube pela a mãe dele que ele havia passado a noite fora, que havia chego em casa só na manhã seguinte. Ele não ligou para ela.


"Sabe Jú acho que eu cheguei no meu fundo do poço, eu não quero mais, não tenho força pra aguentar isso.Eu quero ser feliz!Ele levou minha alegria, meus sonhos, a alegrias das minhas conquista e agora vai levar minha vida?Não, eu não vou deixar!Chegamos à um ponto que eu tenho de escolher ou ele ou eu.E eu escolho a mim! Eu me amo!Eu sei disso!Eu ainda me orgulho de ser a pessoa que eu sou!Eu lutei tanto pra chegar até aqui, não é justo desistir agora.Além disso ele já está naquela fase que não ama ninguém e já se questiona se ama a si mesmo.

Estou triste!Vai ser muito difícil, mas é preciso.Continuar só vai adiar mais o inevitável!"

Na segunda-feira seguinte, ele ligou para ela, mas para fazer uma pergunta apenas, para pedir informação, como se já não estivessem mais juntos.

Ela fala sobre a sua reação em relação a tudo isso, como as coisas foram acontecendo, foram "piorando", ele passou a não se importar com mais nada, não se desculpa mais, começou a faltar do trabalho e tudo mais. Ela diz que não está deprimida, mas que tem medo de não aguentar e ir atrás dele, diz que está bem e que quer continuar assim, ela sabe que nada pode fazer enquanto ele não decidir se ajudar.

Ele não ligou mais, ela agora tem notícias dele através da mãe dele, ela o ama e se importa com ele, mas ela está tentando seguir em frente. Ela soube que ele recebeu o pagamento e ele sumiu na noite, certamente com as drogas.

O trecho abaixo é de um e-mail de 5 dias atrás. "Ontem eu pensei muito nele na hora de dormir, senti saudades, mas lembrei do pesadelo que é a vida dele e  de quem está lá ao lado dele agora, mas mesmo com saudades e até querendo saber noticias dele eu não tive vontade de pegar o telefone pra ligar( estou progredindo, rs), então foquei meus pensamentos em outra coisas "

"Acho que hoje depois de ter descobrido a codependencia em mim eu estou começando a me conhecer, conhecer um lado meu que eu não conhecia, tudo ficou claro em relação aos meus sentimentos por ele e as coisas que ele fez e que eu não conseguia enxergar, isso explica muitas das minhas ações que hoje não quero fazer mais.
Pensei bastante naquilo que você disse sobre eu ter mudado e isso fazer com que eu atrai pessoas diferentes pra minha vida e isso faz sentido.Quando eu terminei com o pai de meu filho eu era uma pessoa codependente e quando conheci o meu ex eu continuava sendo a mesma pessoa, sem saber lidar com a situação e isso fez com que a historia se repetisse de fato."

Nós os falamos quase que todos os dias, eu percebo a mudança nela, não podemos ajudar o namorado dela, não da forma como queremos, isso tem que partir dele, mas, podemos ajudá-la a se recuperar, a se fortificar, para que quando ele busque ajuda, ela esteja forte para ajudá-lo.

Ela está se controlando para não ir atrás dele, mas não por orgulho, ela só não quer ir atrás nesse momento porque está ciente de que ele agora não está em condições de pensar em alguém, que ele nesse momento só pensa na droga e nada mais. Ela ainda sofre com saudades dele, com vontade de vê-lo, de ligar para ele, mas, vem se controlando, até onde aguentar, ele sabe que ela está disposta ajudá-lo, ela já deixou claro para ele que o ama e que quer ver ele bem, agora, portanto, só depende dele!

Com o passar do tempo, eu descobri que não posso controlar a dependência de ninguém, mas, que posso controlar a minha codependência e foi essa ideia que tentei passar para a queria L, de que ela precisa primeiro assumir o controle da sua vida!!!

Ela me disse via MSN que eu falo em meu livro sobre os anjos que passaram pela a minha vida e que me ajudaram a lidar com a dependência do meu ex e a minha codependência e depois ela diz que eu sou o Anjo dela. L, meus olhos se encheram de lágrimas, fico feliz em saber que de alguma forma te ajudei.

Estamos juntas e saiba que sua história pode ajudar outras pessoas!!!

Pessoal, quem quiser deixar um comentário aqui para a L, fiquem a vontade!!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pés descalços



...Ele tinha algo no olhar que eu não conseguia decifrar, era angelical e ao mesmo tempo triste, era intimidador e ao mesmo tempo convidativo, eles brilhavam sob a luz intensa da danceteria.
Pele branca como a neve, olhos vibrantes, mas tristes, buscando algo o tempo todo, escondendo algo, se escondendo. Eu o achei, ele me achou.

...Senti borboletas em meu estômago, perdi a fala e as palavras pareciam que haviam sumido de minha mente e eu correndo desesperadamente atrás delas, pedindo para que não me abandonassem naquele momento, pois eu não sabia o que dizer, ele percebeu de imediato a minha ridícula situação e fez com que tudo parecesse normal. Eu estava desacostumada a tudo aquilo. ( Trechos tirado do livro Valeu a Pena0

Foi assim o nosso primeiro encontro, não muito diferente do que de muitos casais, mas foi para mim algo especial, porém, infelizmente não foi somente essa imagem dele que ficou em minha mente.

Era um rapaz bonito, vaidoso, sempre exigente em relação a sua aparência, não se apegava a usar roupas de marca, mas, estava sempre bem vestido, com cabelos penteados, ele demorava para se arrumar acho que muito mais do que eu, o seu cabelo era um trabalho a parte.

É difícil de acreditar que a droga tira até isso da pessoa não é mesmo? Por muito tempo me perguntei como que ele chegou em tal ponto, o de não se importar mais com a sua própria aparência.

Após vários acontecimentos, ele veio morar na minha casa e após passar um tempo bem e controlado, ele teve uma forte crise de abstinência que o fez fugir sorrateiramente no começo da noite para matar a sua vontade. Ele simplesmente se aproveitou do momento em que me descuidei e quando fui ver, encontrei apenas seus chinelos em meu quarto.

Após horas de agonia, imaginando aonde ele poderia estar, se estaria bem, se estaria correndo perigo, após horas trancada em meu quarto, no meio da madrugada ele ligou e eu em minha codependência desenfreada, sem saber o que era certo ou errado, pedi que ele voltasse logo para casa, a grande verdade é que quando isso acontece, agente fica tão aliviada em ouvir a voz da pessoa, fica tão feliz e agradecida por saber que está bem que nem nos damos conta que atitudes como essa, só contribuem para a dependência deles.

E foi assim, minutos depois de receber sua ligação, sob a luz do luar, em um silêncio profundo da madrugada,  eu o vi do portão da minha casa, subindo a rua com seus pés descalços, pisando no asfalto sujo e empoeirado, com machucados e bolhas nos pés. Ele parou na minha frente e nada nele era o rapaz que eu havia conhecido, a sua vaidade já havia virado fumaça junto com  droga e seu amor próprio já não existia mais...
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Final da promoção!

Olá pessoal!!!

Muito obrigada a todos que participaram da promoção, seja com texto ou com votos na enquete...

A ganhadora da promoção foi a nossa amiga Tereza (Tininha) , alguém que está sempre participando aqui do blog e de outros blogues amigos, alguém especial que tem uma linda história de lutas e vitórias.

Querida Tininha, parabéns, logo você receberá o e-book.

Vamos conferir mais uma vez o texto dela?


Texto 1

Meu nome e Tereza tenho 33 anos, sou uma co-dependente em recuperação, sou casada com um dependente químico, tenho 02 filhos e uma enteada, moro na cidade do Rio de Janeiro capital, estou com meu adicto há 11 anos e só descobri a doença dele há 06 anos, de lá pra cá aconteceu inúmeros problemas, como várias recaídas, sumiços, mentiras, insanidades, internação, traição, manipulações, até que veio a vontade dele ser recuperar e ele ingressou seriamente há oito meses e meio no N.A, “Depois que meu marido começou a frequentar o grupo dele, achei que estava mais do que na hora de me cuidar, afinal sou uma co-dependente. Agora vivo um dia de cada vez. O hoje é o mais importante. Em 24/03/2011 ingressei no Amor Exigente. Estou buscando minha recuperação... Estou concluindo um curso de cabeleireira e quero montar o meu próprio salão. Estou tranquila e voltei a sorrir com vontade. Faço a oração da serenidade todos os dias. Só por hoje decidir buscar a minha recuperação e estou muito feliz por nossa família esta bem e o meu amado esta se recuperando a cada dia, eu o amo muito e acredito no amor. É preciso arte para amar... A arte de amar não é para qualquer um... Precisa saber compreender, perdoar, respeitar, doar-se, enfim... AMAR!"

Texto 2

Algumas pessoas recorrem às drogas para tentar resolver dificuldades afetivas, familiares e sociais. Desta forma, têm sensações de prazer e poder. A dependência faz parte do ser humano, mas é possível evoluir para a independência e autonomia relativas. Alguns indivíduos, entretanto, não conseguem esta autonomia.
O uso continuado de drogas altera o equilíbrio do organismo, que se adapta à presença da substância química. Os usuários tendem a aumentar as doses para manter o seu efeito. Quando a dependência atinge estágio avançado, a ausência da droga causa vários problemas ao organismo do usuário, podendo leva - lo até a morte.
Os usuários são classificados em quatro categorias: experimentador, usuário ocasional, habitual e dependente.
A prevenção ao abuso de drogas é de responsabilidade de todos: pais, professores, empresários, líderes comunitários, sindicatos, igrejas e autoridades.
Informações claras e objetivas, desprovidas de falsos sentimentos ou sensacionalismo desdramatizam o problema das drogas. Elas aumentam a vigilância e diminuem os preconceitos com relação aos usuários.
A prevenção deve ir além da informação. Precisa visar o bem - estar individual, familiar e social de todos, através de ações educativas abrangentes.

Texto 3

O que o governo poderia fazer e não faz é ajudar as famílias, criando e estimulando centros de auto–ajuda e clínicas com profissionais para dar apoio, amparando as famílias carentes de dependentes químicos, custeando parcialmente com diárias as entidades, caso o dependente decida por ser tratado. Em suma o que o governo de fato precisa fazer é assumir o tratamento daqueles que buscam, não fazendo apenas demagogia com um caso tão sério de saúde pública como são as drogas.

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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Internações Compulsória.


Nessa última semana que se passou, muito foi falado nos meios de comunicação, principalmente na internet sobre a posição do Conselho Federal de Psicologia em relação as Internações Compulsórias de crianças e adolescentes que  vêem acontecendo, vou postar aqui um trecho da nota e mais abaixo darei a minha opinião a respeito.

Em nota divulgada à imprensa, o conselho defende o tratamento em meio aberto, com equipe multiprofissional disponível no SUS.

A ideia é defendida a partir de uma visão mais aprofundada da problemática da dependência química, levando em consideração a causa do problema, fazendo uma viagem ao passado e buscando respostas para o efeito que vemos hoje, ou seja, eles partem d princípio que o problema está muito antes da iniciação da criança e do jovem nas drogas, está em uma família desestruturada, nos quadros de violência doméstica que se tornaram cada vez mais comum e tantos outros problemas sociais.

"Sabe-se que cotidianamente crianças e adolescentes, no Brasil, são vítimas de violência, não têm seus direitos fundamentais concretizados em políticas públicas efetivas e parece que não estão sendo prioridade absoluta na agenda dos municípios, estados e governo federal."


Ainda na nota, se fala sobre a forma defendida por eles como meio de tratamento e prevenção.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS e CAPS-AD), os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS), os projetos de redução de danos, a escola, o Programa Estratégia Saúde da Família, enfim, uma rede integrada e com investimento econômico adequado irá propiciar a materialidade das políticas de garantia de convivência familiar e comunitária às crianças e adolescentes. Estas práticas deverão funcionar nos territórios de cidadania, atendendo com a devida atenção prevista nas leis de modo concreto não somente a questão de usuários de crack, mas em todas as frentes de atenção básica e especializada, sempre a partir dos princípios da Reforma Psiquiátrica.


Resumindo, o conselho acredita que o meio que vem sendo utilizado, o de internação compulsória não é o mais viável, que este, viola os direitos da criança e do jovem e por aí vai.

Agora, a minha opinião.

Eu concordo com a internação compulsória a partir do momento que ela seja feita como forma de tratamento e não somente para "retirar" essas crianças e jovens das ruas e "depositarem" as mesmas em uma Comunidade Terapêutica ou Clínica de Recuperação.

Eu acho válido e de extrema importância os CAPS AD e demais centros, mas, não como a única forma de auxílio ao dependente, talvez, hoje, os psicólogos ainda enxerguem a problemática da Dependência química através da teoria e não da prática, porque acredito eu que se conhecessem de fato o dia-a-dia desse mundo, saberiam que esse tipo de "ajuda" é insuficiente para um dependente de crack por exemplo.

O jovem vai para o CAPS, passa o dia lá e eu me pergunto, e a noite, o que acontece com ele? A resposta é uma só, vai para as ruas usar drogas, é comum também o dependente ir ao CAPS AD pedir ajuda e os funcionários se dobrarem e dividirem para conseguir uma vaga para tratar o dependente e muitas vezes não conseguirem no dia, pedindo para que o dependente retorne no outro dia.

Que os profissionais da área me desculpem, já deixei claro aqui a minha paixão pela Psicologia, algo que almejo desde meus 13 anos, mas, eu não posso esquecer que eu vivi na prática o que muitos profissionais só conhecem na teoria, eu vi o meu ex-namorado, aquele que eu chamo de anjo em meu livro, aquele que sempre me tratou como uma princesa de ouro dentro de uma redoma de vidro, me jogar no chão, no meio da rua para poder pegar de mim a minha bolsa, tudo porque ele estava tendo uma crise de abstinência, portanto, de que adiantaria ele ir para o CAPS ou algum outro centro? No caso de crack então, sabemos que é uma roda viva e que ao afastar o dependente do meio em que ele convive, ele se torna mais acessível e aberto para a aceitação de um tratamento.

Completo ainda dizendo que creio eu, que hoje, os grupos de NA conseguem ajudar um dependente com muito mais facilidade do que um profissional que atende em um consultório, porque dentro de uma sala de N.A. eles compartilham suas histórias e vivências, há a identificação.

Enfim, acho que o nosso Sistema atual, ainda não tem condições de resolver o problema somente com acompanhamento de forma aberta, a situação é muito mais grave do que isso, e é preciso conhecer a prática para entendê-la. Quisera eu não ter tanta convicção no que estou escrevendo, quisera eu não ter vivenciado o que vivenciei, se assim fosse, talvez hoje eu concordasse com a nota do Conselho, mas, eu vivenciei, eu saí da teoria e fui para a prática.







sábado, 20 de agosto de 2011

Sonhos de um Dependente Químico

"Você precisa ter sonhos, para que possa se levantar
toas as vezes que cair..."

Mesmo quem não leu o livro, ou nem mesmo o Primeiro Capítulo, que está disponível para ler on line, já sabe um pouco sobre a minha história com meu ex-namorado, sabe que antes de começar a namorá-lo ele estava limpo há quase 3 anos, que ele parou de usar drogas praticamente sozinho, após anos de adicção, ele teve ajuda de um amigo da família, que era seminarista e foi no caminho da Igreja que ele encontrou a serenidade dele.

Resumindo, ele nunca frequentava a sala de um N.A ou fazia algum tratamento específico, ele ia sim em uma psicóloga clínica, ou seja, uma psicóloga que atendia em seu consultório pessoas com todos os tipos de transtornos e patologias, e não somente dependentes químicos. Eu estudei dois anos de psicologia, é a minha paixão e meu sonho voltar a estudar, mas tenho que admitir que um psicólogo que atende em consultório, pouco está preparado para lidar com o dependente químico, nós sabemos o quanto são manipuladores e meu ex mesmo, conseguia dobrar direitinho a psicóloga dele.

Na verdade, ele mesmo se deu alta.

Enfim, ele não viveu o só por hoje, ele simplesmente voltou a viver, como se nada tivesse acontecido, mas, dependência química não á nada para ser tratada dessa maneira, porém, era mais fácil para ele e também para a família dele que fosse dessa forma, esquecendo o que passou e vivendo o daqui para frente.

Quanto a mim? Quando ele me contou sobre a sua dependência no passado, sentando em um banco de shopping, segurando as minhas mãos, com seus olhos fixos nos meus a espera de uma reação minha, eu nada fiz, sabem por quê? Porque eu simplesmente nada sabia sobre drogas!

Nada mudou a partir desse dia, talvez, isso tenha até nos aproximado mais, mas, a verdade é que se eu tivesse um pouco do conhecimento que hoje tenho, algumas situações poderiam ter sido evitadas.

Mas não vou falar dessas situações hoje, vou falar de um tema específico, sonhos, as aspirações de um dependente que não teve um acompanhamento, uma ajuda específica.

Eu, fazia cursinho preparatório para o vestibular, havia decidido desde os 13 anos que queria ser psicóloga, e nunca mudei de ideia, quanto ao meu ex? Ele simplesmente não tinha sonhos, aspirações ou vontades.

Ele estava vivendo por viver, sem nenhuma perspectiva de vida, sem nenhuma visão do seu futuro e sabem por quê? Porque a droga tirou isso dele, e como ele não frequentava uma sala de N.A por exemplo, onde lá o adicto aprende a voltar a confiar em si e em seu potencial, ele não tinha nada disso, ou seja, ele não se permitia sonhar, após as drogas, ele se permitiu a viver como se nada tivesse acontecido, ele ia para as baladas (nos conhecemos em uma), ele tomava uma ou duas latinhas de cerveja, embora não fumasse (sabemos que para um D.Q. nem mesmo uma latinha é saudável), ele trabalhava e comprava o que queria com seu dinheiro, mas ele não estudava, havia parado na época de sua adicção ativa e não voltado mais e posso ser francas com você, sem estudo, fica difícil mesmo uma pessoas ter sonhos e aspirações.

O fato é que ele havia perdido a fé nele, ele não acreditava que ele poderia ter um sonho de ser "alguém" na vida, ele mesmo se limitou e se condenou à vida aparentemente "normal" que ele estava vivendo.

Após um tempo de namoro, quando ele ainda estava limpo, um dia, a dona da loja onde eu trabalhava perguntou para ele se ele não tinha um sonho, se não queria seguir uma profissão específica ou algo assim. No primeiro momento, ele respondeu que não, por umas duas vezes ele afirmou que não, mas, após ela insistir, dizendo que todos temos sonhos, ele respondeu que queria trabalhar em algo relacionado a aviação, que queria ter ido para a aeronáutica, naquele momento, meu queixo caiu, eu nunca tinha pensado a respeito, que ele poderia ter em seu íntimo alguma vontade que ele mesmo não se permitia ter.

Foi um choque para mim saber que ele tinha sim um sonho, que assim como eu, ele tinha aspirações, tudo porque ele havia camuflado tudo isso muito bem, por medo de sentir e se permitir tais sonhos, por não se achar capaz de realizá-los, por se ver impotente diante do seu passado. Ele não se via como um doente, então, ele não parou de sonhar por achar que era um dependente químico em recuperação, ele parou de sonhar devido ao seu passado, ele não vivia o Só Por Hoje, ele mesmo engessou as suas perspectivas.

Depois desse dia, algum tempo depois, lá estava ele, indo para a escola todos os dias, fazendo supletivo, correndo atrás do que ele sempre quis, correndo atrás de algo que ele havia escondido dele mesmo. Infelizmente, ele recaiu um ano depois, mas ele pelo menos despertou para algo que ele havia apagado.

Por isso, hoje, eu sou muito ciente do quanto é importante o Só Por Hoje na vida de um D.Q., o quanto é importante estimularmos e incentivarmos um D.Q, a doença deles não pode limitá-los ao ponto de não se permitirem ter sucesso, serem bem sucedidos, realizarem seus sonhos. A doença pode limitá-los a cerveja ou alguma bebida alcoólica, pode limitá-los aos prazeres imediatos, mas NUNCA aos seus sonhos!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ontem e Amanhã!




Hoje vou apagar do meu calendário dois dias:

Ontem e Amanhã!


Ontem foi para aprender!
Amanhã será uma conseqüência do que posso fazer hoje.


Hoje enfrentarei a vida com a convicção de que este dia
nunca mais retornará.



Hoje é a última oportunidade que tenho de viver intensamente.
Já que ninguém me assegura que amanhã verei o amanhecer.


Hoje terei coragem para não deixar passar as oportunidades que se apresentam,
que são as minhas chances de triunfar!


Hoje aplicarei a minha riqueza mais apreciada: O meu tempo!

Meu trabalho mais transcendental:
A minha vida!



Passarei cada minuto apaixonadamente para transformar este dia num único
e no melhor dia da minha vida!



Hoje vencerei cada obstáculo que surgir no meu caminho
acreditando que vencerei!



Hoje resistirei ao pessimismo e conquistarei o mundo com um sorriso
com uma atitude positiva esperando sempre o melhor!


Hoje farei de cada humilde tarefa uma sublime expressão!
Hoje terei meus pés sobre a terra compreendendo a realidade!

E as estrelas cintilarão para inaugurar o meu futuro.
Hoje usarei o tempo para ser feliz!



Deixarei as minhas pegadas e a minha presença
nos corações queridos!



Venha viver comigo uma nova estação onde sonharemos
que tudo o que nos propomos pode ser possível!


E ousaremos brindar a próxima manhã
com a certeza de um dia melhor.




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Aprendendo a Viver - Herman Melville




Aprendi que se aprende errando
Que crescer não significa fazer aniversário. 

Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem.
Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos.
Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim.
Que a maldade se esconde atrás de uma bela face.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela
Que quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada
Que a Natureza é a coisa mais bela na Vida.
Que amar significa se dar por inteiro
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos.
Que se pode conversar com estrelas
Que se pode confessar com a Lua
Que se pode viajar além do infinito
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem à saúde.
Que dar um carinho também faz...
Que sonhar é preciso
Que se deve ser criança a vida toda
Que nosso ser é livre
Que Deus não proíbe nada em nome do amor.
Que o julgamento alheio não é importante
Que o que realmente importa é a Paz interior.

"Não podemos viver apenas para nós mesmos.
Mil fibras nos conectam com outras pessoas;
e por essas fibras nossas ações vão como causas
e voltam pra nós como efeitos."

(Herman Melville)



Aprendendo a viver!


Eu tenho recebido alguns e-mail, de pessoas que lêem o blog, pessoas que eu não sabia que lêem por nunca terem comentado nele e confesso que fiquei feliz ao ver há mais pessoas lendo e conhecendo o blog cada vez mais.

Em breve, contarei aqui a história de uma dessas pessoas, uma moça magnífica, com uma história de luta e de amor, mas, por hora, vou manter essa postagem focada em mim, se me permitem, vou apenas fala um pouco sobre as perguntas que recebo e vou respondê-las aqui.

A grande maioria já sabe da minha história, quem acompanha o blog desde o começo, ou quase no começo, sabe vários detalhes da minha jornada, mas, para relembrar e para aqueles que estão chegando agora, farei um breve resumo.

Quando eu tinha dezoito anos, conheci um rapaz a quem atribui o apelido de anjo em meu livro, no momento em que nos conhecemos, eu soube que seríamos namorados, uma amor típico de adolescentes, porém, não menos verdadeiro do que qualquer outro sentimento, em qualquer outra idade. Ele parecei estar procurando por mim e eu por ele, seus olhos perdidos no meio da multidão de uma balada, pararam diretamente nos meus, fixando os meus nos dele.

Ele era um dependente químico em recuperação (Sem fazer nada pela sua recuperação, sem frequentar um grupo de ajuda ou coisa semelhante). Fazia cerca de três anos que ele estava limpo, aparentemente, era um jovem normal, como qualquer outro. Vaidoso, trabalhava, brincava e mesmo tendo uma pesada carga de sofrimento sobre as suas costas, era aparentemente uma pessoa feliz.

Engano meu, ele tentava ser feliz, ele constantemente lutava para se encaixar no mundo atual. Passamos um ano bem, eu percebia que algumas atitudes dele eram consequências da sua dependência do passado, sua insegurança, baixa autoestima, desistia fácil das coisas, ficava com raiva de si e tentava agredir a si mesmo, verbalmente e algumas vezes fisicamente, isso tudo, faz parte da grande caixa de surpresas que é um dependente químico em recuperação.

Após um ano de namoro, ele recaiu, o crack o dominou e o tirou da realidade novamente. Foi nesse ano que conheci a dor de verdade, o medo, a angústia, mas também conheci a força, a fé, a solidariedade.

Enfim, aguentei o máximo que pude, como qualquer codependente que desconhece o assunto, cometi várias insanidades na tentativa de fazê-lo parar, me anulei, passei a viver a vida dele, a respirar pelos movimentos dos pulmões dele, a comer conforme o apetite dele e a dormir o sono.

Essa era eu, uma típica codependente, alguém que não se via dessa forma, eu me achava forte, não porque eu era de fato, mas sim porque ele precisa que eu fosse, eu aprendi a não chorar, aprendi a manipular, a chantagear, aprendi a desistir de mim em nome dele.

E é nesse ponto que quero chegar, algumas pessoas me perguntam como? Como consegui? Haja visto que hoje eu tenho uma vida absolutamente normal, casada com o amor da minha vida, com uma filha, feliz e realizada.

Mas, nem sempre foi assim, conversando hoje com a nossa amiga de blog, a Cicie, comentei com ela que houve um caminho que tive que percorrer até chegar aqui, uma fase que não pode ser pulada: A de frustração, de decepção, de medo, de insegurança.

Eu passei por todas essas fases depois que percebi que não tinha mais condições de continuar ajudando meu ex-namorado.

Eu saia de casa com medo, não dele, mas de tudo, e quando ia para a balada, forçadamente pelas minhas amigas, diga-se de passagem (porque eu achava que levaria séculos para eu sair por vontade própria e me interessar por alguém de novo) eu evitava qualquer contato com algum rapaz, mesmo que fosse visual, lá estava eu fugindo.

É claro, não foi da noite para o dia e nem sozinha, em meu livro eu falo que Deus colocou anjos em minha vida durante essa minha jornada e alguns desses anjos me ajudaram durante a fase em que eu estava com o meu ex e outros, me ajudaram depois, na minha nova fase, foram amigos e amigas que me colocaram de volta no mundo real.

Para tornar isso mais real aos olhos de vocês, e respondendo algumas perguntas, recomendo que lêem os posts sobre Necessidade de ser forte, Não criar expectativas para não me frustrar e Descobrindo a codependência em mim  e entenderão bem melhor quando digo que passei por fases.

Eu me apaixonei sim por outra pessoa, alguns meses depois de ter começado a viver novamente, eu fugi dessa pessoa como o cordeiro foge do leão, tudo nele me dava medo e me causava insegurança, a sua beleza, sua popularidade, sua vida bem sucedida e por isso que fugi tanto, mas, de nada adiantou, após passar duas semanas literalmente fugindo dele, lá estava eu, com ele.

Eu tive que ser ninja para esconder dele as minhas frustrações, inseguranças, cicatrizes. Eu não fui eu mesma e o fim disso vocês podem constatar nos links mencionados acima.

Percebam que eu disse que não fui Eu Mesma! Esse foi o meu maior erro e espero que reflitam sobre isso, reflitam sobre se libertarem de vez e se permitirem ser feliz, eu aprendi a viver novamente com o meu marido, mas, acreditem foi uma tarefa difícil, a minha codependência ainda estava bem latente em mim e isso afetou sim o meu marido, eu era tão chata com eles, vocês não imaginam o quanto, ainda era manipuladora, birrenta, carente e por aí vai...

Só quero que ao ler esse post, percebam que não foi tudo um mar de roas, e também, ninguém disse que seria, mas que valeu a pena, eu aprendi a viver com meus tombos, meus tropeças, minhas cicatrizes e feridas.

Querem saber o segredo? Eu aprendi a viver, vivendo, me jogando, deixando de ter medo de ser eu, com meus defeitos, minhas cicatrizes e meu passado

Se eu aprendi, você também pode!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Abertura da enquete!

Olá Pessoal,

Está aberta a enquete para a votação de quem receberá em seu e-mail o E-book do Livro Valeu a Pena - A Jornada de uma codependente.

Vale lembrar que mesmo quem não participou pode votar, e vale lembrar também que foram 3 textos e que os 3 devem ser levados em consideração.

Boa sorte aos participantes e obrigada pelo voto de confiança, ao exporem aqui suas histórias como codependentes e dependentes.

Lindo dia à todos nós.

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quando uma pessoa independente se torna codependente


Por que queremos tanto agradar aos outros e nos esquecemos de nós mesmos? 

Muitas vezes, achamos que somos as melhores pessoas do mundo, justamente por estarmos sempre agradando aos outros, por estarmos sempre dispostos, sempre disponíveis para os outros. Deixamos de lado nossas necessidades, nossos interesses e nossas vontades sempre que "recebemos" um chamado, um pedido de ajuda e depois disso tudo, nos frustramos e ficamos chateados por não sermos correspondidos da mesma forma.

É, se você se identificou com o parágrafo acima, você pode ser uma pessoa como eu, uma codependente: Alguém que acredita ser responsável pela vida e felicidade do outro. (No meu caso, sou uma co em recuperação, por isso, a frase acima é lida por mim no passado, eu acreditava ser responsável...).

Existe uma forma de dependência sadia, que nem precisaria ser chamada de dependência, afinal, essa palavra nos remete à algo ruim, mas é algo que faz parte da natureza do ser humano, precisamos admitir que precisamos uns dos outros, sendo esse precisar considerado um grau normal de necessidade.

A partir do momento em que esse grau de dependência aumenta, quando passamos a achar que precisamos do outro e que o outro precisa de nós mais do que o normal, mais do que o saudável, estamos nos tornando codependentes!

Nesse momento, passamos a nos sentir como os grandes salvadores do universo, é a falsa idéia de força que a codependência nos dá e não é nada fácil percebermos que estamos assumindo o papel de heróis, estamos tão acostumados a nos sacrificar pelo o outro, as nos anular e nos colocar em segundo plano que não conseguimos perceber que isso não é normal, estamos habituados a querer controlar a vida do outro, a querer que o outro siga as nossas regras, mas não porque somos autoritárias(os), é porque realmente acreditamos que podemos ajudar, sem o outro nem mesmo ter pedido ajuda.

Quando nos tornamos codependentes, dizemos sim mesmo querendo dizer não, assumimos responsabilidades que seriam do outro e fazemos coisas que o outro deveria fazer.

Olhando superficialmente, uma atitude de um codependente pode ser algo natural, um ato de generosidade, de bondade, pode parecer algo positivo, afinal, as intenções de um codependente são as melhores, mas, na verdade essas melhores intenções, são na maioria das vezes inadequadas, exageradas, tanto com o outro quanto com nós mesmos.

A questão é que o codependente é viciado no dependente assim como o dependente é viciado na droga e como consequência, perde a habilidade de viver a sua própria vida. O codependente adora dar atenção, mesmo não recebendo atenção em troca, ele continua ali, dando cada vez mais de si, e isso é uma faca de dois gumes, pois, quanto mais ele se torna codependente, menos autoconfiança ele tem, tudo porque ele perde a noção dos seus próprios limites e de suas necessidades.

Bingo! Essa era eu há anos atrás, me anulando sem perceber, achando que eu estava certa e que Ele tinha que seguir tudo o que eu achava, me doando sem nada receber em troca, eu tinha esperanças que ao tentar controlar o comportamento dele, ele conseguiria sair do mundo das drogas e abandonar o seu vício.

O exato momento em que nos tornamos codependentes não é possível afirmamos, mas, sabemos que é quando começamos a querer controlar o outro na esperança de ajudá-lo e nessa busca nos perdemos, perdemos a nossa própria identidade. Em outras palavras, se ao nos dedicarmos ao outro, estivermos nos abandonando, estamos adquirindo comportamentos de codependência.

Ser solidário ao outro, querer ajudá-lo, não significa sentir a dor dele, podemos nos aproximar dele sem que tenhamos que nos colocar na condição de inexistentes para nós mesmos, de uma forma sadia, admitindo que somos impotentes perante a dependência dele, admitindo que se ele tiver que fazer algo em nome da droga, ele fará e a única forma de ajudá-lo é não sendo permissivas e facilitadoras da doença dele.

A autora do Livro Co-dependência nunca mais - Melody Beattie, relaciona em seu livro alguns itens típicos de um codependente:

- Considerar-se e sentir-se responsável por outra(s) pessoas(s) – pelos sentimentos, pensamentos, ações, escolhas, desejos, necessidades, bem-estar, falta de bem-estar e até pelo destino dessa(s) pessoa(s).
- Sentir ansiedade, pena e culpa quando a outra pessoa tem um problema.
- Sentir-se compelido – quase forçado – a ajudar aquela pessoa a resolver o problema, seja dando conselhos que não foram pedidos, oferecendo uma série de sugestões ou equilibrando emoções.
- Ter raiva quando sua ajuda não é eficiente.
- Comprometer-se demais.
- Culpar outras pessoas pela situação em que ele mesmo está.
- Dizer que outras pessoas fazem com que se sinta da maneira que se sente.
- Achar que a outra pessoa o está levando à loucura.
- Sentir raiva, sentir-se vítima, achar que está sendo usado e que não senta sendo apreciado.
- Achar que não é bom o bastante.
- Contentar-se apenas em ser necessário a outros.

Precisamos estar atentos, pois a codependência não é bom para ninguém, não é bom para o codependente e menos ainda para o dependente.

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Durante a nossa vida...



(Vídeo da propaganda de uma empresa de filtros - Metalsinter, um dos melhores vídeos de propaganda!)


"Durante a nossa vida aprendemos a valorizar coisas que não são fundamentais.
Materialismo, modismo, poder, status, e coisas desse tipo são o que importam na nossa sociedade.
Por isso queremos convocá-lo para uma revolução:Vamos renovar a espécie humana
Vamos investir na alma
Resgatar não só a natureza, mas o natural
Vamos vender mais paz, não filtrar as emoções, qualecer a inveja, contabilizar as boas relações, reciclar as relações ruins, reatar as velhas amizades.
Equipe o prazer, trabalhe a perseverança, vença o cansaço. Faça a diferença sem precisar de propaganda, resolva tudo sem alarde, use o marketing da sinceridade, cobre o profissionalismo de todos, inclusive daqueles que você elegeu.
Vamos maximizar a energia, preservar os recursos, tratar a água, pois ela é nossa fonte de vida. E como o ar, também é meio de vida, vamos ser transparentes.
Renove o estoque de sorrisos, canalize os bons pensamentos, use o marketing no amor, abrace mais.
Beije seus amores, relembre quanto os ama, e com a mesma força diga não ao racismo, a intolerância, a discriminação.
Seja saudável, inclusive nas atitudes, dê bons exemplos.
Diga a verdade, principalmente às crianças, para que elas cresçam sabendo acreditar.
Crie seus filhos como cidadãos do mundo.
Cultive Deus!! E viva na razão da emoção, lutando pela felicidade plena e por um futuro melhor.
E agradeça sempre por estar nesse mundo."



Que sirva de reflexão para todos nós!


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