quinta-feira, 31 de março de 2011

Internação à Força - A minha opinião

No meu livro, eu falo detalhadamente como foram as minhas experiências em relação às internações do meu então namorado. Eu, particularmente, não cheguei a interná-lo à força, por todas as clínicas que ele passou, coube a ele o fardo de pedir para que fosse internado, foi quando ele se viu no fundo realmente e decidiu pedir ajuda. Mas, se me perguntarem se concordo com esse tipo de internação, não pensarei duas vezes para responder que SIM! Eu concordo, porque eu sei como é agoniante, como é assustador, você saber que aquela pessoa está se destruindo e que ela não está em condições de fazer algo de bom para si próprio. Assim como essas mães, também convivi com o sentimento de culpa, também carreguei comigo, durante um bom tempo, os fantasmas das minhas decisões em relação às internações dele. Embora, todas foram por vontade própria, por vários momentos ele pensou em fugir e algumas vezes até mesmo fez, e eu tive que ser a "dura", a "cruel" a "sem coração" para convencê-lo a voltar.
Se funciona? Não posso afirmar, porque realmente acredito que o adicto só se recupera se ele realmente quiser e estiver pronto, mas, muitas vezes, a internação involuntária é um ato de desespero, para preservar a vida do dependente químico, muitas vezes, essas internações ocorrem como uma opção de mantê-los a salvo, por isso, não julgarei jamais, alguém que concorde com esse tipo de internação.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Internação à força - A visão de quem já foi internado

Ainda na reportagem da Marie Clarie, feita Por Maria Laura Neves e Tânia Nogueira, *Daniel, filho da primeira entrevistada, fala um pouco sobre as suas internações.

Daniel*, 28 anos, é casado, pai de dois filhos pequenos e mora perto da mãe. Inteligente, narra a sua trajetória com clareza e detalhes. A análise que faz dos seus problemas parece lógica, lúcida. A desenvoltura intelectual, no entanto, não é suficiente para esconder uma enorme ansiedade. acende um cigarro atrás do outro durante a entrevista. daniel precisa contar a sua história. Depois de quatro horas de conversa, estava longe dos acontecimentos recentes. Evidentemente, está buscando uma resposta para o porquê de tudo que lhe aconteceu. Fisicamente, aparenta ser saudável. tem olhos agitados. parece um rapaz bem-humorado e É bastante carinhoso. diz que, mesmo no período de maior uso do crack, nunca foi violento com a família. A seguir, o depoimento dele. Por Tânia nogueira

Fui internado quatro vezes, todas contra a minha vontade. Uso drogas desde os 12 anos. Ouvi que maconha relaxava e fui procurar a droga sozinho. Passei a fumar todos os dias. Experimentei cocaína pela primeira vez aos 15. Aos 19, veio o crack. Aos 21 anos, quando meu primeiro filho nasceu, estava cheirando todos os dias e fumando crack. O nascimento dele não me fez pensar na vida ou nas minhas atitudes naquele momento. Eu não me considerava um doente, um dependente químico e achava que tinha controle sobre o consumo de drogas.Até que comecei a me cansar das brigas com a minha mãe e passei a ter vergonha de ser o drogado da família. Pensei em parar. Diminuí o crack e a cocaína, me mantive na maconha. Se minha família tivesse proposto, teria me internado sozinho. Mas eles me pegaram de surpresa. Me senti traído no dia da internação. Fiquei confinado 15 dias e no dia em que saí estava tão revoltado que fui comprar pó.
Na segunda internação, minha mãe ficou comigo na clínica. Não adiantou nada. Usei crack lá dentro. Casei aos 22 anos. Graças a esse relacionamento, passei um tempo só na maconha. Mas recaí e voltei para o crack. Fui internado outra vez e foi aí que me dei conta do poder do crack sobre mim. Entendi que eu tinha uma doença. Quando saí, fiquei limpo dois anos. Minha filha nasceu e achei que nunca mais fosse recair. Até que comecei a tomar cerveja. Como controlava a cerveja, achei que controlaria a maconha. Em pouco tempo estava no crack de novo. Fui internado novamente.
Durante muito tempo, acordava todos os dias dizendo que não ia fumar crack, mas, no meio do dia, não resistia e ia atrás da droga. O crack me fazia sentir transgressor, poderoso. O fato de fazer alguma coisa que ninguém sabia me fazia sentir potente. Acho que é uma maneira de compensar a baixa autoestima que eu sinto desde os tempos de escola, quando tirava notas mais baixas que meus colegas por causa da hiperatividade. Na hora que usava, bloqueva os pensamentos e mentia para mim mesmo que aquilo não traria consequências para minha vida ou a dos meus filhos. Também me convencia de que fumaria só um pouquinho. A verdade é que sempre fui uma pessoa compulsiva, fumo três maços de cigarro por dia. Meu problema não é a droga e sim o que me leva até ela.”
*Os nomes foram trocados para preservar as identidades dos entrevistados

Internação à Força - Parte 2

O caso abaixo, que é o segundo caso da reportagem da revista Marie Clarie do mês de março, já foi citado aqui no blog, mas, acho que vale a pena postar a reportagem.

Há dois anos, o caso da gaúcha Flávia Hahn, 62, chocou o Brasil: ao tentar se defender do filho Tobias, então com 24 e em surto psicótico, acabou disparando um revólver contra ele. Ele também era dependente de crack. Filho único, Tobias foi diagnosticado com hiperatividade aos 4 anos, quando começou a tomar remédios e fazer terapia. Largou o tratamento na adolescência, por causa das drogas. Fumou maconha pela primeira vez aos 14. Cheirou cocaína aos 17, quando passou a roubar e assaltar para sustentar o vício. Aos 21, foi para o crack. Para pagar o vício, vendeu uma moto, presente da mãe, e as próprias roupas. Quando o armário ficou vazio, vendeu os casacos de pele e sapatos da mãe. Depois foram as roupas de cama, os tapetes, a bateria do carro, o estepe e a chave de roda. Nos surtos de agressividade, Tobias dava socos em Flávia e no pai, Manfred Hahn, 78 anos. Batia no rosto. Queria dinheiro. Na última briga, Tobias perseguiu Flávia com uma faca. Foi quando ela pegou um revólver da coleção do marido. Mirou para o alto, na tentativa de amedrontar o filho e fazê-lo desistir da ideia de ameaçá-la. Tobias morreu aos 24 anos de idade. O tiro atingiu seu pescoço.
Tobias foi internado oito vezes à força em quatro anos. “Meu filho estava magro demais na primeira vez que o internei. Não comia, mal dormia. Eu e meu marido tomamos essa decisão porque estávamos preocupados com a saúde dele”, diz Flávia. Ele costumava ser carregado por enfermeiros em uma ambulância até a clínica. Às vezes, os médicos vinham acompanhados de policiais com um mandado judicial expedido a pedido de Flávia. No momento da captura, Tobias lutava. Até que lhe aplicavam injeções com calmantes, o que o deixava lento e fraco. O tratamento dentro de clínicas e hospitais durava no máximo 30 dias. Três meses depois de voltar para casa, em média, recaía. Voltava a fumar 30 pedras de crack por dia. A Justiça absolveu Flávia da morte do filho — ela alegou legítima defesa. Hoje, ela mora com o marido na mesma casa onde viveram com Tobias, no bairro Tristeza, em Porto Alegre. “É como se ele estivesse aqui. Ainda ouço sua voz pela casa. Tobias me chamava muito para pedir dinheiro. O tempo todo...” Flávia está aposentada e ajuda outros jovens — inclusive a ex-namorada de Tobias — a se livrar do crack. “É uma ilusão acreditar que o usuário pode se livrar sozinho do vício, sem a desintoxicação. Só o amor não basta.”

Internação à Força

A edição desse mês da Revista Marie Claire, traz uma reportagem interessante com o tema "Drogas. Internar à força é a solução?"
Na reportagem, é contada a história de duas mães e de como elas lutaram contra a dependência dos filhos.
"Elas descrevem o momento em que, com medo de perdê-los para sempre, decidiram interná-los contra a vontade em clínicas de recuperação. Polêmico, o tratamento voltou a ser discutido com o crescimento do crack no país. Os relatos delas e as opiniões dos especialistas ajudam a pensar sobre a necessidade e a eficácia dessa terapia " (Fonte Marie Claire -
Por Maria Laura Neves e Tânia Nogueira )
“É muito duro o momento em que você reconhece que precisa internar seu filho em uma clínica de drogados porque não consegue mais resolver o problema dele sozinha. Resolvi fazer isso quando descobri que o Daniel*, 28 anos, estava fumando crack, aos 21. Sabia que ele usava maconha e tentei afastá-lo do baseado de diversas maneiras: terapia, conversas, chantagem emocional. Tentei ser carinhosa e dar todo amor. Como não deu certo, passei a ignorá-lo, desprezá-lo. Nada adiantou. Quando descobri que ele estava no crack me senti derrotada, incapaz e impotente. Só me restava interná-lo contra a própria vontade. Eu sabia que esse ato era uma violência, mas não queria vê-lo sofrer mais. Fiquei com medo de que ele me odiasse para sempre. Aliás, ouvi dele as piores coisas no dia em que foi para a clínica: que era péssima mãe e me detestava . Eu realmente sentia que o tinha traído, ainda que fosse para o bem dele. Não me arrependo. Em sete anos, ele foi internado quatro vezes. Cada vez serviu para ele se conhecer um pouquinho melhor. O Daniel tem uma doença sem cura, mas que tem remédio e pode ser controlada. Vou interná-lo quantas vezes for preciso.”
O relato acima é da empresária paulistana Joana*, 55 anos, que luta contra a dependência química do filho há 13. Mostra a dificuldade, os medos e as aflições que as mães e os familiares encontram na hora de internar os filhos à força em clínicas de desintoxicação. Essa é uma decisão dolorida e nem sempre necessária ou acertada — muitas vezes tomada em momentos de desespero e exaustão. Autorizada por lei no Brasil, a internação involuntária voltou ao foco do debate sobre drogas por causa da crescente epidemia de crack que tomou o país — 600 mil usuários segundo estimativas do Ministério da Saúde, presentes em todas as classes sociais e em 98% das cidades, de acordo com um estudo da Confederação Nacional dos Municípios. O crack costuma devastar mais rapidamente a vida dos seus dependentes do que as outras drogas. Atinge de forma fulminante o sistema circulatório dos usuários, além de destruir valores e relações sociais. Chega ao cérebro sete segundos depois de tragado. O barato, potente, dura cerca de 20 minutos e, quando acaba, deixa a fissura por outra pedra. “É a droga fatal para quem tem tendência ao vício”, diz o psiquiatra Pablo Roig, diretor da clínica de recuperação Greenwood, em São Paulo. Discute-se, portanto, se a solução deve ser tão radical quanto o mal que o crack provoca.

Daniel sempre foi uma criança agitada. “Na escola, falavam em hiperatividade”, diz a mãe. Aos 11 anos, começou a fazer terapia. Aos 12, fumou o primeiro baseado. Joana descobriu que o filho usava maconha quando ele tinha 15. “Fiquei desesperada. Os profissionais falavam: ‘Maconha é leve. Não vicia’. Mas eu tinha medo, com razão.” Joana mudou de bairro para afastá-lo das companhias. Mas Daniel acabou conhecendo a cocaína. Aos 21, experimentou crack . Joana percebeu a mudança no comportamento do filho. “Ele não saía mais do quarto, não participava das festas em casa, me pedia dinheiro o tempo todo. Pressionei e briguei até ele assumir. Entrei em pânico.”
A primeira internação durou 15 dias. Daniel voltou a fumar crack semanas depois da alta. A partir daí, a família o levou à força outras três vezes para clínicas de recuperação. “Sempre tomei as decisões sozinha. Meu marido, pai do Daniel, me apoiava, mas não participava tanto. Ele viaja muito a negócios”, afirma Joana. “Na segunda vez, decidi me internar junto com o Daniel. Queria que ele tivesse todo o conforto de casa e também ia poder cuidar dele de perto. Achei uma clínica caríssima que aceitou minha ideia. Passava o tempo todo ao lado dele, conversando. Participava das terapias, das atividades em grupo.” Mãe e filho dormiram no mesmo quarto. Ambos tomaram calmantes no dia em que chegaram. Ela por conta do stress, ele como parte do tratamento.

Joana passou seis meses internada ao lado do filho. “Só voltava para casa nos finais de semana. Achava que a culpa de tudo aquilo era minha. Ficar lá presa com ele era um jeito de aliviar esse sentimento. Deixei de cuidar da minha aparência, do corpo. Vivia para ele. Na clínica, aprendi que ele tem uma doença, que vai acompanhá-lo para o resto da vida.” Algumas semanas depois da alta, ela percebeu que o filho não estava recuperado. “Ele voltou a me pedir dinheiro, sempre com a desculpa de comprar um tênis, uma roupa. Pedia para eu confiar nele, o deixar sair. Desconfiei. Durante uma briga, ele assumiu que estava no crack novamente. Disse, até mesmo, que tinha fumado na clínica onde ficamos juntos, enquanto eu dormia. Naquele momento me senti derrotada, acabada. Foi quando percebi que não adianta apenas eu querer ver ele livre da droga. Ele também precisava querer. A internação, no entanto, é uma maneira de protegê-lo dele mesmo. É internar para não morrer.” Daniel está limpo há dois meses. Toma um estabilizador de humor, um ansiolítico, faz dois tipos de terapia, uma focada na dependência química e outra mais ampla. “É uma luta dificílima. Mas desistir significa esperar a notícia de que ele apareceu morto.”

Os especialistas em dependência química se dividem na discussão sobre a eficácia e a natureza ética da internação involuntária. Uma corrente mais tradicional da psiquiatria, encabeçada pelas clínicas de reabilitação, defende a ideia de que o usuário é impotente perante o vício e jamais vai buscar ajuda sozinho. “Muitas vezes o paciente não quer ir. Em abstinência, se dá conta de que precisa colaborar”, diz Cláudia Oliveira, diretora terapêutica da Clínica Viva, no interior de São Paulo. “A droga age sobre o sistema de recompensa do cérebro. Dessa forma, o indivíduo acaba se tornando dependente da sensação de prazer e deixa de tomar decisões racionais por conta desse mecanismo. Sem a droga no corpo, o sistema nervoso volta a funcionar saudavelmente. É por isso que o isolamento e a desintoxicação são importantes”, diz o psiquiatra Roig, da clínica Greenwood.
A outra corrente de médicos diz que a internação involuntária deve ser uma exceção aplicada somente quando nenhum outro tratamento traz resultados. “A maioria dos usuários, por mais rebeldes que sejam, tem consciência do que está fazendo e simplesmente não tem o desejo de parar. O paciente precisa querer não usar mais drogas, senão vira um sistema carcerário. A maioria das internações involuntárias não dá certo”, afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, fundador do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo. Essa corrente propõe que medicações associadas à terapia especializada em dependência química pode trazer mais resultados do que a internação involuntária. Outra alternativa seria substituir o uso de drogas pesadas, como o crack, por mais leves, como a maconha, para aqueles que não conseguem abandonar a dependência. É o que os médicos chamam de redução de danos. As duas correntes, no entanto, concordam que a internação involuntária pode ser aplicada nos casos em que a droga desencadeia surtos psicóticos no dependente, a ponto de ameaçar a vida de quem está ao redor.

*Os nomes citados são fictícios.

domingo, 27 de março de 2011

Meu namorado está usando drogas, e agora?

Um punhal foi cravado em seu peito, você está sangrando, a dor é insuportável e você sente vontade de gritar. Seus olhos, ainda marejados de lágrimas, não querem enxergar o que realmente está acontecendo, o seu cérebro, se recusa a acreditar que seja real, você precisa ser rápida, precisa pensar em algo pra dizer pra si mesmo, antes que você comece realmente a ver o que está acontecendo, antes que você seja dominada pelo senso de realidade.

Rápida! É isso que você tem que ser, se quiser conseguir sabotar a si própria, você precisa agir rapidamente, procure um motivo, encontre uma desculpa, minta para você mesma, não importa, o importante é que você consiga se esconder atrás dessa nova mentira e assim essa dor insuportável irá passar.

Se você acaba de descobrir que a pessoa que está ao seu lado, a pessoa que você ama, ou que adora, a pessoa que você vê em seus sonhos, caminhando ao seu lado, agora, está usando drogas, acredite, você passará por esse momento de tortura, onde você negará o quanto conseguir, onde você dirá para si mesma que é tudo ilusão, que não é possível o seu amado estar se drogando. Você entrará no processo de negação, o processo mais cruel e doloroso de toda essa jornada que está por vir. Você sentirá medo, se sentirá sozinha, sua auto-estima cairá para baixo de zero e você se sentirá perdida em meio à multidão.

Eu já passei por isso... Essa dor insuportável, me dominou durante quase um mês, essa dor insuportável chegou e se instalou em meu coração, ela veio acompanhada da dúvida que fez questão de marcar presença em todos os dias durante a minha jornada.

Não se engane, não procure motivos, procure ajuda!

Não procure desculpas ou justificativas, raramente você as encontrará.

Não tente descobrir como foi que você foi parar lá, procure a saída, é mais sábio.

O tempo está correndo, se você descobriu hoje, descobriu agora, saiba que você já está atrasada, saiba que você precisa agir o mais rápido possível, para garantir que você conseguirá ajudar o seu amado.

O que fazer?

A franqueza é uma virtude, a verdade precisa imperar, ela precisa ser imposta, e cabe a você fazer isso. Tenha uma conversa com ele, mas tome cuidado, você precisa ter certeza de que ele realmente está se drogando, essa, não é uma simples acusação, ela precisa ser embasada em fatos para que você não se martirize depois, se perguntando se você estava certa ou não.
Depois de aberto o jogo, depois que você finalmente tirou de dentro de você e colocou para fora as suas "suspeitas", ele precisa demonstrar querer ser ajudado, caso contrário, é quase que uma causa perdida.

Dói, eu sei que dói ler isso, eu sei que você vai dizer que ele vai parar quando quiser, que a situação está sobre controle, mas não está, tudo isso você criou para  enganar a si própria, não caia nas armadilhas que você mesmo está criando, ele precisa da sua ajuda e precisa de você lúcida, você precisa ser capaz de enxergar a gravidade do problema, precisa reconhecer que sozinhos, sem ajuda de pessoas especializadas, é quase que uma luta sem vencedores e você não vai querer sair perdendo nessa batalha, acredite, porque perder, nesse contexto, significa realmente perdê-lo, perdê-lo para o vício, para as drogas.

Não queira resolver tudo sozinha, procure ajuda, avise a família dele, comece a pensar na hipótese de que ele já está sem controle, porque se você conseguiu descobrir que ele está se drogando, certamente é porque ele perdeu o controle e deixou alguma pista para você. Use isso ao seu favor e não espere mais, busque ajuda!

sexta-feira, 11 de março de 2011

A trágica história de uma mãe que em um acidente matou seu único filho..

Recentemente, eu li sobre o assunto no site da campanha crack nem pensar, a notícia foi tão chocante que achei que Valeria a Pena comentar aqui...

Um mãe, aposentada, que sofria há mais de oito anos com a dependência do filho em crack, foi a julgamento e por fim absolvida, por ter atirado no seu próprio filho. Até aí, todos pensam que já conhecem a história, há quem é capaz até mesmo de julgar essa mãe e há também quem a defenda. Eu, prefiro ficar imparcial, já estive dos dois lados, sei o que ver de perto alguém se destruir, ser consumido por essa maldita droga e sei o quão poderosa ela é.

Essa mãe, que diz ter sentido a maior dor em sua vida conta como tudo aconteceu, não só isso, ela conta a sua trajetória.

Uma família normal, ele Tobias, 24 anos, dependente desde os 14 anos, onde começou primeiro com a maconha, passando em seguida para a cocaína, perdeu as rédeas da sua própria vida a partir do momento em que experimentou pela primeira vez o crack. Se tornou agressivo, chegou a roubar para sustentar o seu vício e levou de casa tudo o que podia. Chegou a agredir o pai e a mãe nas vezes em que ouvia de ambos que não tinham dinheiro para dar a ele, para não sustentarem o vício do próprio filho. Ainda sim, ela, a aposentada Flávia, disse que chegou sim, a dinheiro para que ele não roubasse outra pessoa na rua.

Antes de se afunda no crack, ele chegou a namorar e a seguir a carreira de modelo, isso porque ele havia se afastado das antigas companhias, elas haviam mudado de cidade devido ao trabalho da mãe, mas, quando voltaram, o tragédia foi inevitável, voltou com as más companhias e passou a consumir a droga constantemente, chegou a ser internado e a passar trinta dias em um programa de recuperação, tomou antidepressivos e um remédio que bloqueia no cérebro a vontade de consumir a droga. Mas, não durou muito, assim que ele parou com a medicação, houve a recaída.

Ela conta que virou "banco vinte e quatro horas " dele e que sempre mantinha dinheiro trocado em casa, escondido, pois, quando ele incomodava muito, para evitar que ele fizesse algo pior na rua, ela dava a ela uma nota de cinco, isso lhe traria um pouco de paz.
Nos últimos tempos, a casa precisava ficar toda trancada, todos os comodos, ficando livre somente o quarto dele e a cozinha, mas, até chegar a esse ponto, muita coisa já havia sumido e então ele utilizava as ameaças como forma de conseguir dinheiro, dizendo constantemente que iria colocar fogo na casa e foi assim que aconteceu...

Foi em um domingo de Páscoa, em 2009, eles estavam almoçando, na beira da piscina, ele queria que a mãe pedisse dinheiro emprestado à uma vizinha e ela se recusou, ele a puxou pelos cabelos e a arrastou até o telefone, mas, ela conseguiu escapar, ele abriu as bocas do fogão e com um isqueiro na mão, ameaçava explodir tudo, ele quebrou uma janela e ameaçou matar a mãe, ela, desesperada, pegou a arma do marido com o intuito de assustá-lo e o disparo acidental aconteceu.

“Nunca pensei que pudesse ter uma atitude radical com o Tobias. Só peguei aquele revólver para assustá-lo. Foi um tiro só. Um acidente. Não direcionei a arma, não apontaria para o rosto dele. Ele passou correndo por mim, estava desnorteado. Tentou me explodir com gás dentro da cozinha, foi dramático. Estou na mão de Deus e da Justiça. A coisa mais preciosa que eu tinha, já perdi. Tudo que vier, vou receber como tem de ser.”

Fiquei feliz ao saber que ela foi absolvida recentemente, ficou comprovado sua legítima defesa.

Essa, é a história de uma mãe, dentre tantas outras que existem por aí...

Eu tive a sorte de não ter presenciado cenas parecidas como essa, enquanto caminhei ao lado de um dependente químico, vi as coisas sumirem da minha casa, vi as coisas dele sumirem, mas jamais o vi sendo agressivo, mas sei que isso é raridade no meio desse mundo.

Eles são DOENTES e precisam ser vistos como tal, por que um Sociopata por exemplo, (que também é uma doença) tem mais recursos e ajuda do que um dependente químico, que a sua doença tem origem externa?

Eu ainda espero que a dependência seja vista com mais importância, antes que, seja tarde demais.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Para Escrever Amor Nos Braços Dela - A História


"Para Escrever Amor Nos Braços Dela" Por Jamie Tworkowski

A banda Pedro The Lion está tocando alto no som do carro e a cidade nos espera do lado de fora das janelas abertas. Ela senta e canta, pernas cruzadas no assento do passageiro, a bonita voz dela escondida no volume. A música é um lugar seguro, e Pedro The Lion é sua banda favorita. Me atinge o fato de que ela não verá esse horizonte por várias semanas, e que nós estaremos sem ela. Eu me inclino para a frente, sabendo que isso será escrito, e pergunto para ela o que ela diria se essa história tivesse audiência. Ela sorri. "Diga a eles para olhar pra cima. Diga a eles que se lembrem das estrelas."

Talvez fosse melhor eu escrever uma música pra ela, porque músicas não esperam se resolver, e porque músicas significam muito para ela. Histórias esperam por finais, mas músicas são coisas corajosas e fortes o bastante para cantar quando tudo o que conhecem são trevas. Essas palavras, como muitas palavras, serão escritas próximas da meia noite, entre a tempestade e a calmaria, enquanto ambas tentam alcançá-la.

Renee tem 19 anos. Quando eu a conheci, a cocaína estava fresca em seu organismo. Ela não tinha dormido havia 36 horas e não iria por mais 24. É uma mistura familiar de Coca-Cola, maconha, pílulas e álcool. Ela concordou em nos encontrar, nos ouvir e nos deixar orar. Nós perguntamos à Renee se ela gostaria de vir conosco, deixar para trás essa noite falida. Ela diz que irá para a reabilitação amanhã, mas que ela não está pronta agora. É uma mudança muito grande. Nós oramos e nos despedimos e é difícil ir embora sem ela.

Ela conheceu tanta dor; sonhos assombrosos na infância, a presença quase constante do mal desde então. Ela sentiu o toque de horríveis homens nus, lutou contra a depressão e o vício, e tentou o suicídio. Seus braços trazem marcas das lâminas, cinqüenta cicatrizes que lembram dos cortes feitos por ela mesmo. Seis horas depois que eu a conheci, ela está se sentindo presa, com dois grupos de "amigos" oferecendo caminhos opostos. Todos estão dormindo. O sol está nascendo. Ela dá um grande gole em uma garrafa de licor, pega uma gilete na mesa e se tranca no banheiro. Ela se corta, usando a lâmina para escrever "F*** UP" bem grande em seu antebraço esquerdo.

A enfermeira no centro de tratamento encontra o ferimento várias horas depois. O centro não tem detox (dieta de desintoxicação), classifica ela como um grande risco, e não a aceita. Nos próximos cinco dias, era será nossa para que a amemos. Nós nos tornamos seu hospital e a possibilidade de cura enche de vida a nossa sala-de-estar. Nada é dito e somos poucos, mas nós seremos a sua igreja, o corpo de Cristo tornando-se vivo para atender as necessidades dela, para escrever amor nos braços dela.

Ela é cheia de contrastes, mais cheia de vida e próxima da morte do que qualquer um que eu já tenha conhecido, como uma canção do Johnny Cash ou alguma estrela do cinema. Ela possui atitude e humor que vão além dos seus 19 anos, e quando ela me conta sua história, ela é humilde, quieta e gentil, moldada pela dor de cem vidas. Eu me sento, privilegiado mas me quebrando enquanto ela se abre. Sua vida tem sido tão cheia de trevas mas ainda há alguma leve esperança em suas palavras, e por várias noites consecutivas eu observo as mais belas garotas da sala dizerem-na o quanto é bonita. Eu acho que é Deus lembrando ela.
Eu nunca caminhei por essa estrada, mas decidi que se nós estamos prestes a entrar em um período de reabilitação de cinco dias, vai ser a reabilitação mais legal do país. Vai ser rock and roll. Nós começaremos com o básico: muita diversão, muitas idas ao Starbucks e cigarros até demais.

Quinta à noite ela está no camarote para ver a Band Marino, a melhor de Orlando. Eles são uma banda de "indie-folk-fabulous", um movimento disfarçado de circo. Ela os ama e sorri quando eu aponto para o agente da Atlantic Europe, vindo de Londres, que está na cidade apenas para ver esse show.
Ela está em bons assentos quando o Orlando Magic ganha dos Sonics na noite seguinte, gritando como uma fã de longa data com todas as enterradas de Dwight Howard. No caminho para casa nós paramos para mais café e livros, "Blue Like Jazz" e "Travelling Mercies" (de Anne Lamott's).

No sábado, a turnê "Taste of Chaos" está na cidade e nem tenho certeza de que nós conseguiremos entrar, mas as portas se abrem e minutos após estacionarmos, estamos no palco para ver Thrice, uma de suas bandas favoritas. Ela fica a três metros do baterista, sorrindo constantemente. É um momento brilhante na música, quando luz e chuva colidem acima do palco. Um sentimento de cura. É certamente esperança.

Domingo à noite é a igreja, e muitos se juntam após a reunião para orar por Renee, essa é a última noite antes de entrar na reabilitação. Alguns são estranhos, mas todos são amigos nessa noite. As orações movem-se de quebrantadas para confiantes, todas encorajando-a. Nós estamos falando com Deus, mas eu acho que estamos falando com ela, mostrando o quanto ela é amada, dizendo que ela não irá sozinha. Um de nós a conhece melhor. Ryan senta no canto dedilhando um violão, cantando músicas que ela inspirou.

Após a igreja nossa casa enche de amigos, ali por mais alguns instantes antes de dizer adeus. Todos tem algum presente para ela, alguma carta ou abraço ou pequenos encorajamentos. Ela me puxa de canto e diz que gostaria de me dar algo. Eu sorrio surpreso, me perguntando o que poderia ser. Nós andamos da sala cheia até a garagem, para as coisas dela.

Ela me dá sua última lâmina, me diz que é aquela que ela usou para cortar seu braço e para alinhar suas últimas fileiras de cocaína cinco noites atrás. Ela esteve com a gilete desde então, e me diz que como essa será sua noite mais difícil ela não deveria ficar com aquilo. Eu pego a lâmina com cuidado, agradeço e sei imediatamente que esse momento, esse presente, ficará comigo para sempre. Me atinge o pensamento de que esse grande sentimento é o que Cristo sente quando nós rendemos nossos corações partidos, quando nós trocamos a morte pela vida.
Enquanto chegamos ao centro de tratamento, ela conclui: "As estrelas estão sempre lá, mas sentimos a falta delas entre a poluição e as nuvens. Nós sentimos a falta delas durante tempestades. Diga à todos para lembrarem da esperança. Nós temos esperança."

Eu tenho observado a vida voltar pra ela, e isso tem sido um privilégio. Quando nosso tempo com ela começou, alguém sugeriu que deveria haver retorno, mas essa é a linguagem dos negócios. Amor é algo melhor. Eu tenho sido desafiado e transformado, tenho lembrado que amor é aquela resposta simples de tantas questões difíceis. Don Miller diz que nós somos convocados à darmos as mãos contra as feridas de um mundo quebrado, a fim de parar o sangramento. Eu concordo maravilhosamente.

Nós freqüentemente pedimos a Deus que apareça. Nós oramos pedindo resgate. Talvez Deus nos peça pra sermos esse resgate, para sermos Seu corpo, nos mover para as coisas que importam. Ele não está invisível quando acordamos pra vida. Eu posso ser simples, mas cada vez mais acredito que Deus age no amor, fala pelo amor, é revelado em nosso amor. Eu vi isso essa semana e honestamente, foi bem simples: Pegue uma garota quebrada, trate-a como uma princesa famosa, dê a ela os melhores lugares na casa. Compre o café e os cigarros dela para os próximos dias, livros e coisas de banheiro para os dias que virão. Diga a ela algo verdadeiro quando tudo que ela conhece são mentiras. Diga que Deus a ama. Fale com ela sobre o perdão, a possibilidade da liberdade, diga que ela foi feita para dançar em vestidos brancos. Todas essas coisas são verdade.

Nós somos apenas requisitados para amar, para oferecer esperança à tantos desesperançosos.

Nós não podemos escolher todos os finais, mas devemos cumprir o papel de resgatadores. Nós não iremos resolver todos os mistérios, e nossos corações certamente irão se partir em uma vida tão vulnerável, mas esse é o melhor caminho. Nós fomos feitos para ser amantes fortes em lugares despedaçados, derramando de nós por aí vez após vez até sermos chamados pra casa.

Eu aprendi tanta coisa em uma semana com uma garota corajosa. Ela está viva agora, na segurança e na paciência de uma reabilitação, coberta com as de marcas da loucura mas decidindo acreditar que Deus renova as coisas, que Ele significa esperança e cura nas estrelas.

Ela iria pedir para você lembrar.

TWLOHA - TO WRITE LOVE ON HER ARMS

TWLOHA, To Write Love On Her Arms (Para Escrever Amor Nos Braços Dela), é um movimento sem fins lucrativos dedicado a apresentar esperança e fornecer ajuda para pessoas que lutam contra depressão, vícios, auto-mutilação e suicídio. Tudo começou com a tentativa de suicídio de uma menina que, após fazer cortes em seu pulso, escreveu "fuck up" (foda-se) nos braços com seu próprio sangue. Cinco dias após esse incidente, houve a decisão de reverter esse quadro e nasceu a campanha To Write Love On Her Arms, que é uma campanha a favor do amor e da vida, apoiada por várias pessoas, incluindo muitos famosos.
Site oficial:  http://www.twloha.com/

terça-feira, 8 de março de 2011

PARA REFLETIR

O mundo não está nem aí se você está cansado ou triste, ele simplesmente não pára. E quem vive lamentando ou reclamando da vida, nunca vai conseguir chegar a lugar algum.
A realização de um sonho depende de dedicação. Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade, a ilusão é o combustível dos perdedores pois: Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO e Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.

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